BUEIROS DE GREIDE
São dispositivos destinados a conduzir para locais de deságüe seguro as águas captadas por dispositivos de drenagem superficial cuja vazão admissível já tenha sido atingida pela descarga de projeto.
Localizam-se:
Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte em seção mista ou quando, em seção de corte pleno, for possível o lançamento de água coletada (com desague seguro) por "janela-de-corte". Nos cortes em seção plena, quando não for possível o aumento da capacidade da sarjeta ou a utilização de abertura de janela no corte a jusante, projeta-se um bueiro de greide longitudinalmente à pista até o ponto de passagem de corte para aterro.
Nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das valetas de proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas por caixas coletoras.
Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando que as águas provenientes das sarjetas de corte deságüem no terreno natural com possibilidade de erosão.
Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao desague as águas coletadas pelos dispositivos de drenagem do canteiro central.
Os bueiros de greide são geralmente implantados transversal ou longitudinalmente ao eixo da rodovia, com alturas de recobrimento atendendo à resistência de compressão estabelecida para as diversas classe de tubo pela NBR-9794 da ABNT.
Elementos de um bueiro de greide: caixas coletoras, corpo e boca.
Caixa coletora |
Corpo e berço |
Boca |
As caixas coletoras podem ser construídas em um lado da pista, nos dois lados ou no canteiro central. Por estarem posicionadas próximas às pistas, geralmente tem tampa de grelha.
O corpo é constituído de tubos de concreto armado ou metálicos, obedecendo as mesmas determinações indicadas para bueiros de transposição de talvegues.
Dimensionamento hidráulico:
Devem ser obedecidas as seguintes recomendações:
A descarga de projeto deverá ser obtida pela soma das descargas dos dispositivos afluentes às caixas coletoras ou pelo levantamento da bacia de contribuição ao bueiro de greide, aplicando-se o método de descarga mais conveniente, função do vulto econômico da obra. Neste último caso, deve ser considerado ao menos o tempo de recorrência de 10 anos e duração de chuva 5 minutos.
O bueiro deve ser, sempre que possível, dimensionado sem carga hidráulica a montante (como canal). Observe-se com muito rigor a cota máxima do nível d'água a montante, função da altura da caixa coletora e policie-se a velocidade do fluxo a jusante.
Para facilidade de limpeza, o diâmetro mínimo a adotar é de 0,80 m.
O dimensionamento dos bueiros de greide é feito normalmente com o emprego da fórmula de Manning e da equação da continuidade.
Valem as mesmas considerações e simplificações que para os bueiros de transposição de talvegues.
Q = S . R 2/3 . I 1/2 . h- 1
ou
S = Q . h . R - 2/3 . I - 1/2